segunda-feira, 3 de junho de 2013

Transporte de cargas pelas ferrovias brasileiras carecem de mudança

“As ferrovias brasileiras ainda não são muito utilizadas para o transporte de cargas de grandes proporções e cargas fracionadas pelas características da malha atual”. A afirmação é do presidente-executivo da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), . Segundo ele, hoje, as ferrovias são utilizadas para o transporte de baixo valor agregado, elevada densidade em longas distâncias.

Atualmente, as principais cargas transportadas pelo modal ferroviário no Brasil são os produtos siderúrgicos, em especial o minério de ferro, as commodities agrícolas como soja, milho e arroz. Mas, para o executivo, a tendência é que haja uma ampliação na diversificação de mercadorias. “Os trilhos brasileiros têm sido muito procurados para a movimentação de açúcar, de combustíveis, de produtos petroquímicos e de materiais da construção civil e, para mudar este quadro, é preciso transformar a malha ferroviária atual com planejamento e escala”, afirma.

“As ferrovias possuem um traçado antigo, com sinuosidades e rampas, o que operacionalmente as impedem de imprimir velocidades muito elevadas. Além disso, ainda não comportam equipamentos como o vagão “Doble Stack”, que permite o empilhamento de dois contêineres. É preciso investir na ampliação da malha. A construção da ferrovia Norte-Sul, em especial nos extremos do Norte e Sul do País, é crucial para o aumento da intermodalidade. As novas malhas já serão construídas em bitola larga, com pontes e viadutos com altura e tamanhos suficientes para a circulação de vagões Flex e Doble Stack que facilitarão a movimentação de cargas bulk, já que, hoje, faltam malhas adequadas para a movimentação destes tipos de cargas”, diz.

Apesar do atual cenário, no entanto, Vilaça crê que a tendência é que esse quadro mude e essas cargas também sejam movimentadas em maior escala pelas ferrovias. “A aprovação da Medida Provisória 595 deve ajudar a melhorar a atual situação da malha ferroviária brasileira e sua cadeia de transportes como um todo. É importante ressaltar, entretanto, que é preciso formular um marco regulatório que não sofra alterações posteriores, pois esta instabilidade acaba espantando os investidores da iniciativa privada”, conclui.

Fonte: Guia Marítimo

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