segunda-feira, 27 de julho de 2015

PMEs aproveitam conjuntura cambial para exportar


A desvalorização do real abre boas oportunidades para os pequenos e médios exportadores, apesar da conjuntura desfavorável, avalia a AEB. Nos últimos anos, muitos se afastaram do mercado externo e, por isso, precisarão de tempo para reconquistar clientes. Empresas que nunca exportaram também podem encontrar nesse canal uma alternativa para fazer frente à retração do consumo interno. O segmento reivindica políticas públicas mais consistentes de apoio. "Para 2015, o cenário não é muito positivo porque a demanda internacional está desaquecida, exceto nos Estados Unidos, onde a economia tem crescido", diz o vice-presidente da AEBFábio Faria. "Infelizmente, a crise econômica e a instabilidade política na Argentina e na Venezuela também têm nos prejudicado". Entre as áreas promissoras para as empresas de pequeno e médio porte, ele menciona a de moda e confecções, bem recebida em outros países. "Há casos surpreendentes de sucesso, como a venda de lentes de contato e de joias". Exportar via remessa expressa não é para todos, por causa do alto custo e da limitação do volume. Para que o serviço compense, os produtos precisam ter valor intrínseco mais alto. Entretanto, a agilidade e a comodidade podem fazer a diferença. Como a maioria das pequenas e médias empresas não possui departamento de comércio exterior, a operação se torna mais viável quando as transportadoras dão apoio nos trâmites aduaneiros. Faria defende a adoção de sistemas de garantia às exportações e a simplificação de procedimentos: "O custo associado à burocracia às vezes inviabiliza a PME exportadora". Em fevereiro, a AEB encaminhou ao governo diversas sugestões para aperfeiçoar o Plano Nacional de Exportação e proporcionar previsibilidade nas regras. A associação critica a redução de 3% para 1% na alíquota do Reintegra, parte do ajuste fiscal. Entre as propostas para aperfeiçoar o Proex-Equalização, inclui-se a alteração na forma do "regime de competência" para "regime de caixa", isto é, conforme os desembolsos efetivos. A AEB também reivindica a liberação dos recursos propostos de R$ 1,6 bilhão no orçamento do Programa para 2015. Outras recomendações encaminhadas pelos exportadores ao MDIC são a manutenção e ampliação dos instrumentos de desoneração tributária das exportações; a adoção de uma política cambial neutra; uma campanha institucional no exterior; a priorização dos Estados Unidos como foco das ações; a criação de um mecanismo equivalente ao Exporta Fácil por via marítima; mais investimentos em infraestrutura para redução dos custos de logística; a negociação de novos acordos comerciais com o Mercosul, e reformas estruturais, com foco no sistema tributário e na legislação trabalhista. "Antes decomeçar aexportar, o empresário deve pesquisar muito, para saber em quais países o seu produto encontra as melhores oportunidades de mercado", orienta o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto. "Em seguida, é necessário realizar uma análise interna para descobrir os pontos fortes e fracos na gestão de pessoas, no marketing e nas finanças, verificando quais competências internas deverão ser ajustadas para atender o consumidor do país para o qual se deseja exportar". 
Valor Econômico
27/7/2015

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