“A atual logística de transportes do Brasil é insuficiente e temos uma insustentável dependência do modal rodoviário em estradas deficientes, além de escassa rede de integração com outros modais, desde o ferroviário, aquaviário, aéreo, resultando em sobre preço desnecessário e dificultando a questão de competitividade do País”. A afirmação é de Antônio Porto Araújo, consultor e fundador da Agrociclo e especialista em sustentabilidade. Segundo ele, para melhorar o atual quadro, é preciso apostar em outros modais. “A utilização do modal aquaviário tem o condão de propiciar um melhor deslocamento de carga pelo País, sobretudo barateando o custo de transporte de commodities agrícolas e minerais. Ocorre que ainda há muitos desafios a serem superado, desde a questão de escassez de chuva com a consequente inoperância à plena carga, até mesmo à falta de linhas regulares quanto de cargas adicionais. No Brasil houve sensível redução de custos de transporte marítimo nos locais em que se buscou a interconectividade portuária com linhas regulares de cabotagem, atribuída provavelmente aos ganhos proporcionados pela economia de escala. Isso significa que há um caminho, ainda que longo, a ser navegado para responder com eficiência a necessidade de transporte da produção. Para esse segundo semestre, porém, não há perspectivas muito otimistas para se chegar ao aproveitamento mais satisfatório do transporte aquaviário”, sustenta. De acordo com Araújo, também sofremos com a competitividade, pois temos a concentração na malha rodoviária e ao encarecer o custo logístico, transfere-se para o produto transportado esse custo. O especialista explica que em termos comparativos, esse mesmo produto, seja commodity ou manufaturado, acaba com preço final maior do que similares de outros mercados. Nesse caso, a globalização facilita a comercialização e a troca comercial de outros competidores, que conseguem fazer essa entrega com preço final reduzido. “Em termos de eficácia, a matriz concentrada no modal rodoviário atrasa a entrega, principalmente em longas distâncias e em maior volume de cargas. Com a promulgação da nova lei aplicável aos motoristas, já se percebe os impactos nas agendas de entrega. Nos casos de transporte de grandes volumes a granel, ainda, há um custo adicional importante que é representado pela perda causada pelo que “escapa” no transporte pelo caminhão”, finaliza.
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