quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

CRISE AFETA OS EMERGENTES E PAÍSES CRESCEM BEM ABAIXO DO ESPERADO.

Em 2012, os chamados países periféricos foram os que mais frustraram as expectativas de crescimento, e não as regiões desenvolvidas. Levantamento da LCA Consultores mostra que a média das projeções para os Estados Unidos indicava, no início do ano passado, crescimento de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, o que, pelas estimativas mais recentes, deve ser cumprido. Para a zona do euro, as projeções apontavam para queda de 0,3%. O recuo deve ser de 0,4%. China, Brasil, Índia e África do Sul, porém, cresceram, mas todos ficaram aquém das expectativas. As projeções apontavam, por exemplo, alta de 7,3% para a Índia e 8,4% para China. Os dois emergentes devem contabilizar crescimento de 5,4% e 7,8%, respectivamente. O Brasil, para onde se projetava expansão de 3,3%, deve ficar com PIB em torno de 1% em 2012. Para Bráulio Borges, economista-chefe da LCA, o quadro mostra que os países emergentes foram muito mais atingidos em 2012 pelo cenário internacional do que nos anos anteriores. Em alguns países, como China e Coreia do Sul, a frustração de crescimento é resultado de um aperto na política fiscal e monetária. Para o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, as projeções de crescimento do ano passado para os emergentes se basearam na hipótese de que os Brics e outros países periféricos se isolariam do impacto da crise mundial. Ele avalia, porém, que o crescimento dessas economias não foi apenas resultado de uma contaminação do cenário internacional. "O fato de alguns países latino-americanos como Peru, Colômbia e México terem cumprido a projeção de crescimento estabelecida no início do ano revela que a frustração do PIB em outros locais aconteceu por razões domésticas", diz. Vale acredita que o crescimento frustrado para Brasil e Argentina é derivado de problemas estruturais domésticos não resolvidos que tornaram os países sensíveis aos humores externos. A economia argentina, diz ele, tem mantido uma política altamente intervencionista, dirigida pela presidente Cristina Kirchner, e que, na prática, dificulta a expansão, na sua opinião. No Brasil, estima Vale, há menos intervencionismo, mas o país parou de avançar em reformas estruturais importantes que impediram a demanda doméstica de responder aos estímulos ao consumo. Como um exemplo de país que foi contrário à onda de expansão frustrada de 2012, o México, de acordo com levantamento da LCA, deve superar a estimativa de crescimento de 3,3% em 2012. Os últimos dados disponíveis mostram que o país teve expansão de 3,9%. Fonte: Jornal Valor Econômico

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