quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Petrobras em risco
Arnaldo Jardim é deputado federal (PPS-SP) e presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura
A maior empresa nacional, uma das maiores do mundo, verdadeiro patrimônio nacional está em risco. Recentemente o País reforçou a sua confiança no papel da Petrobras.
O Executivo propôs e o Legislativo aprovou tanto a capitalização da empresa - fui presidente da comissão que analisou o projeto e o preparou para votação - em cerca de R$ 100 bilhões e delegamos a ela a atribuição de gestora única da exploração do pré-sal. Toda esta expectativa esta ameaçada.
A queda de 36% do lucro líquido da Petrobras em 2012 na comparação com o ano passado, no momento em que a empresa necessita intensificar a exploração do pré-sal, é absolutamente preocupante.
O resultado só não foi pior porque a venda de títulos públicos e a economia de impostos contribuíram em R$ 2,78 bilhões nos últimos meses do ano para o lucro de R$ 21,18 bilhões, bem abaixo dos R$ 33,3 bilhões de 2011.
O aumento da importação de combustíveis, a defasagem nos preços da gasolina e diesel, a alta do dólar e a queda da produção são causas do menor desempenho da empresa nos últimos oito anos, mas não as únicas.
O recuo do lucro foi provocado também por um conjunto de equívocos praticados pela gestão anterior da empresa.
Os erros se acumularam e fizeram com que a Petrobras perdesse o foco, que é ampliação da pesquisa, da descoberta, da exploração e da extração de petróleo.
A Petrobras registrou um crescimento significativo de custos indiretos, especialmente administrativo, o que prejudicou sobremaneira a performance da companhia.
A atual presidente Maria das Graças Foster reconhece a necessidade de retomar o foco da empresa, que terá de passar por um processo desmobilização de ativos para poder realizar os investimentos necessários.
A busca de metas de excelência, abandonada pela gestão anterior, será essencial para a retomada dos índices de produtividade da Petrobras, assim como recuperar a meritocracia como critério para ocupação de cargos chaves.
A companhia desempenha função estratégica para a nação do ponto de vista dos investimentos como da produção de conhecimento, funções ameaçadas pelo aperto no caixa da companhia.
A diretoria da Petrobras terá assim que aprofundar aquilo que foi manifestado recentemente pela sua presidente, a retomada do foco com o corte de custos indiretos e das atividades secundárias, condição necessária para que a empresa reassuma o papel estratégico que sempre desempenhou ao desenvolvimento do Brasil.
Não podemos matar a galinha dos ovos de ouro. A Petrobras tem importância histórica e é um símbolo da afirmação nacional, além de ter um papel objetivo e decisivo na economia do país.
O volume de investimentos da empresa é maior que o da própria União. O peso da Petrobras no campo da inovação tecnológica e da produção do conhecimento é imenso.
Portanto, a empresa precisa ser tratada com rigor no que diz respeito à excelência e a eficiência produtiva. Cuidar da Petrobras é cuidar do patrimônio e do futuro do país.
Fonte: DCI - São Paulo/SP
Por: Arnaldo Jardim **
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