quarta-feira, 20 de março de 2013

Custo Brasil ajuda a elevar o déficit comercial

Em 2012, os produtos brasileiros custaram 34,2% mais do que os dos principais países que exportam para o Brasil; 30,8% mais do que os dos países desenvolvidos; 38% mais do que os dos emergentes; e 34,7% mais do que os dos produtos chineses, segundo estudo do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Não chega a surpreender, pois, a dificuldade atual de exportar manufaturados, já afetados pela recessão europeia e a ociosidade das empresas dos demais países, que a todo custo têm de produzir e vender para não fechar as portas ou demitir trabalhadores. Só a carga tributária, segundo o estudo, onera em 6,7% os produtos brasileiros, em relação aos dos parceiros, e em 5,1%, em relação à China. Nem a desoneração da folha de pagamentos, que já alcança mais de 40 setores, trouxe aumento substancial da competitividade da indústria, ao permitir uma redução média de apenas 0,5 ponto porcentual da carga de tributos nos preços dos produtos. Além disso, tributos indiretos, como o PIS e a Cofins, não são recuperáveis, o que equivale a onerar em 5,8% os preços, disse ao jornal Valor um diretor da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho. Além dos custos da burocracia, estimados em 2,9% acima dos custos dos parceiros, e do capital de giro, decorrente dos altos juros ativos, o câmbio estaria valorizado em 29% em relação ao dólar. É um ponto controvertido da análise, tais as implicações sobre a economia de uma desvalorização dessa ordem. O estudo também considera que a tributação sobre produtos importados é amena: da ordem de 9,8%, para os bens produzidos nos países mais importantes para o Brasil, e de 14,7%, para a China. Os dados da balança comercial das primeiras três semanas do mês dão razão à Fiesp: o déficit (importações superiores às exportações) atingiu US$ 5,5 bilhões no trimestre e não ocorria desde o primeiro trimestre de 2001. Na média diária, as exportações de manufaturados caíram 9% entre este mês e março de 2012. Recuaram as vendas de bombas e compressores, veículos de carga, máquinas para terraplenagem, óxidos e hidróxidos de alumínio, pneumáticos e polímeros plásticos. Ao mesmo tempo, as importações cresciam pelo critério das médias diárias. O custo de produzir não depende só da indústria, mas, primordialmente, do governo. Além de tributos, burocracia e ambiente de negócios, educação e infraestrutura deficientes são agravantes. O resultado é desestimular os investimentos, por maiores que sejam as facilidades oferecidas. Fonte: O Estado de São Paulo - SP

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