sexta-feira, 5 de abril de 2013

Montadoras de veículos apostam em alta de vendas após 1o tri fraco

 As vendas de veículos novos no Brasil tiveram alta anual de apenas 1,5 por cento no primeiro trimestre, mas a indústria manteve nesta quinta-feira expectativa de que o setor terá crescimento de até 4,5 por cento em 2013, apoiado na prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo a Anfavea, o resultado do trimestre foi influenciado por um desempenho abaixo do esperado em março, que registrou uma queda de 5,5 por cento no volume total de licenciamentos sobre o mesmo mês de 2012. O resultado de março foi fortemente influenciado pelo menor número de dias úteis em relação a março de 2012, por conta do feriado de Páscoa que neste ano caiu em março, e no ano passado foi em abril. Levando em consideração a média diária por dia útil, as vendas de março foram 4 por cento maiores que no mesmo período de 2012, com a venda de 14.196 unidades por dia útil. Já no trimestre, a alta foi de 6,6 por cento no mesmo tipo de comparação, com o licenciamento de 13.841 veículos por dia. "Março foi bom, mas esperávamos que fosse melhor (...) com a manutenção do IPI temos confiança de ter crescimento no ano entre 3,5 e 4,5 por cento", disse Cledorvino Belini, em sua última entrevista a jornalistas como presidente da Anfavea antes da troca no comando da entidade prevista para o fim deste mês. "Nos próximos meses teremos que vender mais." O governo anunciou no sábado a prorrogação das alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis até o final do ano, numa medida considerada pela Anfavea como "preventiva" diante do tombo nas vendas registrado no primeiro semestre de 2012. Belini afirmou que a medida é importante para a economia do país, já que o setor representa 23 por cento do Produto Interno Bruto industrial. Segundo ele, a Anfavea manteve discussões com o governo federal antes do anúncio da prorrogação do benefício e nas reuniões "explicamos que para termos um crescimento de 4,5 por cento nas vendas, seria importante deixar o IPI como está". Segundo ele, não foram discutidas garantias de emprego no setor durante a extensão do benefício já que a expectativa é de crescimento das vendas. "Tendo mercado, o governo sabe que tem emprego. Não houve contraparte, não discutimos isso (manutenção do nível de emprego), nossa meta é crescer", disse Belini. PRODUÇÃO CRESCE Enquanto as vendas engatinharam no trimestre, a produção cresceu 12 por cento sobre um ano antes, para 827,7 mil unidades, no melhor desempenho já registrado pelo período. Na média diária, a produção teve um avanço ainda maior, crescendo 17,7 por cento nos três primeiros meses do ano, para 13.795 veículos. Segundo Belini, parte desse crescimento pode ser creditado à fraca base de comparação com o ano passado, quando o volume total de produção chegou a recuar cerca de 11 por cento. O presidente da Anfavea também afirmou que o setor iniciou o ano com estoques reduzidos, o que incentivou a produção num ritmo mais acelerado. A indústria encerrou março com estoques de 330.545 veículos, um crescimento de cerca de 6,5 por cento sobre fevereiro, nível considerado por Belini como "perfeitamente ajustado ao mercado". Isoladamente, a produção de caminhões, um dos indicadores do nível de investimento na economia, cresceu 6,6 por cento em março sobre um ano antes e 39 por cento no primeiro trimestre, para 16.948 unidades. O aumento da produção de caminhões ocorreu apesar da queda de 10 por cento nas vendas em março e de 8,7 por cento nos licenciamentos do segmento no trimestre. Para Belini, porém, o segmento de caminhões está mostrando tendência de crescimento diante de uma carteira de pedidos elevada, o que incentiva a Anfavea a manter expectativa de aumento nas vendas no ano entre 7 e 7,5 por cento. O segmento acumulou queda de 19,5 por cento nas vendas em 2012, quando uma mudança na legislação de emissões de poluentes obrigou a produção de veículos com motores mais limpos, mas mais caros, o que causou acúmulo de estoques e queda de produção.
Fonte: REUTERS
 Por: Alberto Alerigi Jr.

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