terça-feira, 14 de maio de 2013

Vinhos do Brasil são exportados e começam a fazer sucesso na Alemanha


"Brazilian Soul": para este termo em inglês, logo se apresentam muitas associações. Mas para uma marca de vinhos? Pouca gente sabe que o Brasil exporta por ano 3,2 milhões de litros de vinhos de alta qualidade.

E isso poderá mudar rapidamente quando eles começarem a ser encontrados de forma mais ampla nas lojas de vinho e nos supermercados alemães.


Texto produzido por "Die Welt"

A Mack&Schüle, um dos mais renomados importadores da Alemanha, está usando o seu rótulo para abrir caminho para a vinícola Aurora aos consumidores alemães.

"No momento, ainda há pouca presença de produtos brasileiros no mercado, porém o interesse é grande", diz Jan Christian Swanepoel, gerente do planejamento de produção da Mack&Schüle.

"Assim nasceu a ideia de lançar um produto que representa o seu país de origem em sua totalidade." Sob o rótulo "Brazilian Soul", existem agora quatro vinhos de alta qualidade e de sabores exóticos, produzidos na linha Premium das videiras Cabernet Sauvignon e Tannat.

É de se esperar que os intensos vinhos tintos brasileiros façam sucesso na Alemanha também. Foi o que se pôde notar das reações de importadores e negociantes na feira ProWein 2013 em Düsseldorf.

"Percebemos claramente que o Brasil deixou de ser desconhecido no mercado internacional. Graças ao trabalho realizado até aqui e aos eventos esportivos que se aproximam, estamos no foco das atenções", diz Andréia Gentilini Milan, gerente de promoções, do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).

Os conhecedores já estão convencidos da boa qualidade do vinho brasileiro há muito tempo –já ganhou muitos prêmios em feiras de vinho internacionais.

Vinho no Brasil foi impulsionado por imigrantes italianos
A Aurora Reserva ou a Garibaldi Moscatel não são novas no cenário. Os nomes revelam uma longa tradição –e soam bem italianos.

Isto não surpreende: foram os imigrantes italianos que introduziram e desenvolveram as vinícolas no Brasil, depois que os portugueses trouxeram as primeiras vinheiras para a América do Sul no século 16.

Um bom exemplo é a família Valduga, que chegou de Rovereto em 1875 e se instalou no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul. Hoje, os irmãos Erielson, Juarez e João Valduga produzem aqui vinho na terceira geração e fabricam um Merlot potente com o nome de Storia e um teor alcoólico de 14,5%, além de um  vinho espumante de uvas Chardonnay e Pinot Noir.

As condições climáticas no Vale dos Vinhedos, que com 20.000 hectares representa a maior região produtora de vinhos certificados do Brasil, são parecidas com as da Itália. As uvas crescem numa região levemente montanhosa e numa altitude entre 450 e 600m.

Na maioria das vezes, são famílias que trabalham em áreas relativamente pequenas, sendo que o número das vinícolas subiu  significativamente para 751 nos últimos dez anos.

No Brasil, onde costumeiramente se tomam cervejas ou bebidas como a caipirinha, e os vinhos relativamente caros se destinam às classes com mais recursos, tem acontecido um aumento do consumo de vinho, devido ao crescimento da prosperidade no país.

Profissionalização e tecnologia aumentam no Brasil
Juntamente a isso, se constata uma profissionalização cada vez maior dos vinicultores, assim como uma tecnologia das mais avançadas.

No Vale dos Vinhedos, a maior parte da produção concentra-se nos vinhos tintos, com 77% na qual se usa, ao lado das uvas Merlot, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir, linhas de vinho exóticas como Tannat, Egiodola, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Teroldego.

Os vinhos brancos são produzidos de uvas Chardonnay, Muskateller, Glera, Sauvignon Blanc e Gewürztraminer.

Algo bem diferente é produzido nas demais regiões produtoras de vinho: enquanto nas alturas mais elevadas do Estado sulista de Santa Catarina se produz até vinho de gelo, agora os vinicultores estão presentes também no clima semiárido do Vale do São Francisco, no Estado nordestino da Bahia.

Mesmo que tenham que irrigar as vinícolas artificialmente, lá se dão colheitas duas a três vezes ao ano. Espera-se que sejam capazes de produzir vinhos de primeira linha que possam agradar aos paladares exigentes alemães.

Fonte: Economia UOL

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