quarta-feira, 5 de junho de 2013

Os pontos fortes, enfim, predominaram na indústria


Abril trouxe mais pontos positivos do que negativos, afinal, nos dados da Produção Industrial Mensal (PIM) do IBGE, indicando alta de 1,8% em relação a março e de 8,4%, na comparação com abril de 2012.

Esses dados surpreenderam, para melhor, os analistas. O contraponto ao otimismo veio do próprio IBGE - o gerente da PIM, André Macedo, prefere esperar os dados de maio antes de falar em recuperação sustentável.

A retomada industrial foi generalizada, alcançando 17 das 27 atividades observadas. A produção de bens de capital destacou-se, com alta de 3,2% em relação a março e de 24,4% comparativamente a abril de 2012. A produção de máquinas e equipamentos cresceu pelo quarto mês consecutivo, segundo a área econômica do Bradesco.

Em especial, a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, que inclui o setor de alimentos, surpreendeu favoravelmente, com expansão de 4,8%, após a queda de 4,5%, em março. Há "um viés bastante positivo para o segundo trimestre", disse a economista-chefe da Rosenberg, Thaís Zara, à Agência Estado. Motocicletas e fornos de micro-ondas ajudaram as vendas.

Mas, depois de um longo período de quedas, em 2012, o comportamento da indústria ainda oscilou muito, em 2013. A produção subiu expressivamente em janeiro, caiu bastante em fevereiro, evoluiu modestamente em março, até apresentar um resultado mais consistente em abril, com três dias úteis mais do que abril de 2012. As primeiras projeções relativas a maio apontam para um pequeno declínio.

De fato, a indústria depende demais do setor de veículos - segmento que precisa de incentivos tributários, via redução do IPI.

Outras estatísticas - pouco favoráveis - mostram que nos últimos 12 meses, até abril, comparativamente aos 12 meses anteriores, ainda houve queda em todas as categorias de uso avaliadas (bens de capital, intermediários e de consumo), salvo na subcategoria de bens duráveis. Nessa base de comparação, a indústria em geral acusou, até março, recuo de 2%, reduzido para 1,1%, em abril.

Afinal, a indústria ainda não retomou os níveis de produção de 2011, segundo o IBGE.

Parece inevitável que se indague se todos os recursos de crédito, incentivos e subsídios concedidos pelo governo federal não bastaram para reanimar a indústria, em bases permanentes. Cabe, pois, reavaliar as benesses, que não foram distribuídas por igual entre as empresas.


Fonte: O Estado de São Paulo - SP

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