quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Investimentos e menos burocracia no Brasil
Cada vez mais o consenso entre técnicos, economistas, pensadores e mesmo políticos é o de que o Brasil gasta muito nos serviços públicos, porém de maneira perdulária.
A gestão é fraca, e os resultados não aparecem. Michael Porter, professor de Harvard, sentenciou que “a prosperidade de um país é criada, não herdada. Ela não deriva das riquezas naturais, do número de trabalhadores ou do valor da moeda. A competitividade de um país é função da capacidade de inovar de suas empresas”.
No entanto, o Brasil não tem evoluído, às vezes tem mesmo dado um passo atrás, nos rankings de competitividade e inovação. Acontece que desde 2008 estacionamos na 37ª posição, de um total de 43, do Índice de Competitividade das Nações da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Os canais de investimento privado no País estão obstruídos, sendo que em 2011 e 2012 a taxa de investimento brasileira foi, respectivamente, de 19% e 18% do PIB, e a Fiesp projeta nova queda para 2013.
Índia e China investem de duas a três vezes a taxa brasileira. Para dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) per capita até 2025, o Brasil precisa saltar para uma taxa de investimento anual de 25% do PIB.
O acesso a capital de crescimento é um dos grandes entraves ao desenvolvimento das 35 mil pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil.
Apesar de o Brasil ser a sétima maior economia do mundo, o País é apenas o 23º em número de empresas listadas em bolsa, o mesmo patamar de Mongólia, que está em 129º no PIB.
Mesmo com estas condições pouco estimulantes, também reflexo da burocracia e da elevada carga tributária, o País desponta como um dos mais vigorosos na vontade de empreender.
Pesquisa do Sebrae diz que 27 milhões de pessoas trabalham por conta própria, ficando atrás apenas de China e EUA, e 76% da população sonha ter seu negócio.
Nesse cenário, surgiu o movimento Brasil+Competitivo, que vem crescendo e conta com 140 organizações entre federações empresariais, centrais sindicais de trabalhadores, entidades educacionais, associações de classe, consultorias, instituições financeiras, advocacias e auditorias, dentre outras.
São propostas de mobilização da sociedade privada em prol do empreendedorismo, da educação empresarial e da competitividade, ação estratégica do governo, sem ônus para o orçamento da União, representada por um crédito tributário para redução do custo de capital de PMEs que se capitalizarem para crescimento, e estímulo para investidores que investirem nessas empresas.
O Brasil+Competitivo pode alcançar, em cinco anos, R$ 84 bilhões de investimentos privados na produção, um ganho adicional de R$ 10 bilhões em arrecadação de impostos federais, mais de um milhão de novos empregos formais e aumento na pauta de exportação, além fortalecer e descentralizar cadeias produtivas com ganhos de produtividade.
Por isso, saúda-se a lista com mais 12 terminais portuários - além das 50 licenças já dadas - que poderão ser construídos ou ampliados pelo setor privado, fora da área dos portos públicos.
Um investimento de R$ 5 bilhões, com ampliação da capacidade portuária em 35,6 milhões de toneladas/ano.
Ganham o governo, as empresas e os trabalhadores. Ganha o Brasil.
Jornal do Comércio - RS
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