quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Menos produção, mas mais otimismo nas montadoras

A segunda fábrica da montadora japonesa Honda, com investimentos de R$ 1 bilhão, será instalada em Itirapina, no interior do Estado de São Paulo, até 2015, pois a primeira, em Sumaré, já opera a toda capacidade, revelou a repórter Cleide Silva, no Estado de ontem. Mercedes-Benz e Chery também parecem dispostas a investir mais. A informação contrastou com a divulgação dos dados de julho do setor de veículos, mostrando que a produção caiu 2,7% em relação a junho e cresceu apenas 3,7% comparativamente a julho do ano passado. Entretanto, as notícias positivas da área predominam em relação às negativas.

Os licenciamentos de veículos novos aumentaram 7,4% no mês, embora tenham caído 6%, em relação a julho de 2012. Cresceram, em especial, as vendas de importados - os consumidores parecem ter-se antecipado a altas de preço em razão da desvalorização do real. A produção de máquinas agrícolas automotrizes aumentou 14,6% no mês e 26,3%, comparada a julho de 2012, e o emprego avançou 0,3%, com a contratação de 434 trabalhadores. As exportações foram recordistas para os meses de julho e o presidente da associação dos fabricantes (Anfavea), Luiz Moan, espera vendas externas 20% superiores às de 2012.

Dados mais favoráveis aparecem na comparação dos últimos 12 meses, até julho, com os 12 meses anteriores: a produção de veículos cresceu 5,2%, atingindo 3,68 milhões de unidades; os licenciamentos avançaram 5,2%, em 3,86 milhões de veículos; e as vendas no atacado de máquinas agrícolas subiram 23,9%. O setor cresceu apesar da escassez de crédito, que subiu apenas 2,7% em 12 meses, até junho.

O otimismo das montadoras baseia-se na expectativa de investimentos de R$ 71 bilhões nos próximos quatro anos, elevando a capacidade de produção a 5,7 milhões de unidades por ano, com um mercado interno de 4,6 milhões de veículos, previu Moan. Isso significaria dobrar o número de unidades exportadas, o que só será possível se o mercado global ajudar e se as montadoras brasileiras puderem produzir a custos mais baixos do que as congêneres em outros países. A decisão de exportar não costuma ser das filiais, mas das matrizes, por maior que seja o grau de independência das subsidiárias.

O ritmo de atividade das montadoras parece evitar uma queda maior da indústria em geral, cujo crescimento neste ano já é previsto em apenas 2%.


 O Estado de São Paulo - SP

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