segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A América do Sul que queremos


Na década de 50, ainda no século 20, dizia-se que tantas eram as pedras fundamentais de obras não concluídas, que seria possível fazer uma rodovia de Norte a Sul na região sul-americana pavimentada com essas pedras.

Em 1996, quando da visita do presidente do Chile ao Brasil, foi constituído o Comitê das Rotas de Integração da América do Sul (Crias), sediado em Porto Alegre, mas com abrangência nos 12 países da América do Sul e que ultrapassou os limites regionais e hoje é reconhecido globalmente, sendo um dos componentes da iniciativa privada e da sociedade civil que vêm nesses 17 anos atuando de forma voluntária e permanente para somar ações na formação de uma integralidade para a região.

É uma unanimidade a assertiva de que a limitada competitividade sul-americana não decorre do fator empreendedorismo. Ela é uma consequência direta das deficiências da infraestrutura física nos modais aéreo, ferroviário, hidroviário/portuário, rodoviário, na matriz energética, em comunicações e na armazenagem, levando a um custo logístico que em alguns casos pode chegar a três vezes aquele de outras regiões.

Os investimentos nesses componentes essenciais, conforme estudo desenvolvido pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), organismo das Nações Unidas, previam o que deveria ser investido entre 2006 e 2020 em infraestrutura física, energia, comunicações e saneamento e que teriam uma variável entre US$ 128 bilhões e US$ 180 bilhões ao ano, o equivalente entre 5,7% e 8,1% do PIB. Mas tal não ocorreu, pois ficou-se em 2,3% do PIB.

Contudo, se a partir de 2014 tomarmos as porcentagens previstas em 2006, poderá a América do Sul, entre 2028 e 2030, alcançar o grau de desenvolvimento com equilíbrio econômico e social.

A ferramenta para tal será um novo paradigma. O Paradigma do Triângulo da Inflexão, tendo em um vértice a ação do país, no outro a ação da região e no terceiro a ação global.

O 9º Congresso Internacional das Rotas de Integração da América do Sul, promovido pelo Crias em 2 e 3 de outubro, desenvolverá painéis que são o espelho desse triângulo e que pretende construir ações sustentáveis entre os setores público e privado, passando os investimentos dos atuais 2,3% para 5,4% do PIB.

Essa economia que passará a ser então competitiva é reconhecida em qualidade como estado de graça, pois produz os tão necessários recursos para a educação, saúde e qualidade de vida e poderá conduzir a América do Sul ao desenvolvimento harmônico.

*Empresário, presidente do Crias e diretor da International Academy for Quality


 Zero Hora - RS
 Joal Teitelbaum **

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