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Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat)
avalia ser possível um avanço real das vendas do setor acima de 6% no
segundo semestre, de forma a compensar queda de 4,6% até junho e fechar o
ano em alta de 2%. A retomada das vendas no varejo é o principal fator
de otimismo. "O segundo semestre tem uma base de comparação favorável,
pois as vendas na segunda metade de 2013 não foram fortes. A
sazonalidade também é sempre maior no segundo semestre, com a reforma
dos lares para as festas de fim de ano. E com as vendas represadas de
junho e julho, é natural haver uma recuperação", avalia o presidente da
Abramat, Walter Cover. O executivo reconhece que uma alta acima de 6% é
arrojada e avalia que
será preciso aguardar os números de julho e agosto para reafirmar a
perspectiva de crescimento real de 2% em 2014. Em janeiro, a entidade
acreditava em alta de 4,5%, revisada para 3% em maio e novamente
rebaixada a 2% em julho. O avanço de 22% nas vendas do varejo de
material de construção em julho, em relação a junho, e de 5% na base
anual, indicam melhora para a indústria mais a frente, diz Cover. Isso
porque há um crescimento das importações e a venda de estoques. "O
varejo ainda está estocado e não começou a comprar da indústria na mesma
velocidade em que está vendendo", afirma. Mas, segundo ele, as
indústrias já têm uma melhora na carteira de pedidos em agosto. Desse
modo, a Abramat espera um avanço de 4% nas vendas ao varejo no ano e de
1% a 1,5% nos segmentos imobiliário e de infraestrutura. Os três
segmentos
representam 50%, 28% e 22% das vendas de material de construção,
respectivamente. Para 2015, o representante da indústria não acredita em
grande mudança na economia, qualquer que seja o candidato à presidência
vitorioso. "Não deve haver grande mudança de impostos e a recuperação
de tarifas deve ser gradual. O emprego continuará positivo e o aumento
de renda deve continuar, embora menor", avalia Cover. O executivo também
espera uma melhora no patamar cambial, atividade mais intensa na área
de infraestrutura com o início das obras licitadas este ano e as
Olimpíadas no Rio e uma recuperação na oferta de crédito. "O crescimento
do setor deve continuar acima do PIB, mas em patamares mais realistas
do que em anos anteriores", prevê.
DCI
06/08/2014
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