segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Venda de petróleo aos EUA atenua perda na Argentina


O superávit de US$ 1,575 bilhão na balança comercial registrado em julho mostra que a recuperação da exportação brasileira de petróleo pode fazer com que a alta dos embarques aos Estados Unidos compense boa parte da queda com as exportações à Argentina. O resultado positivo de julho foi propiciado pela recuperação nos embarques de petróleo, tradicionalmente o produto mais importante na pauta de exportação aos americanos, e pela queda de 5,5% das importações na comparação com média diária de julho do ano passado. No acumulado do ano, entretanto, a balança ainda tem déficit de US$ 916 milhões. No mês passado, as vendas aos Estados Unidos tiveram alta de 24,1%, alcançaram US$ 2,77 bilhões e puxaram a elevação das exportações totais, que cresceram 10,7%, sempre na comparação com a média diária de julho de 2013. Os embarques à Argentina, por outro lado, recuaram 33,5% e ficaram em US$ 1,24 bilhões. Em julho houve incremento de 276% nas vendas de petróleo ao exterior, que chegaram a US$ 2,603 bilhões. Ao mesmo tempo, as importações do óleo cru caíram 40% e não passaram de US$ 1,891 bilhão. Assim, o saldo do setor recuou de um déficit de US$ 4,575 bilhões verificado pelo MDIC em julho do ano passado para um saldo negativo de US$ 2,970 bilhões no último mês - uma queda de 58%. José Augusto de Castro, presidente da AEB, diz que a alta da exportação de petróleo no mês de julho mostra a recuperação esperada para o ano. A AEB estima que o embarque de petróleo brasileiro ao exterior aumente 40% no ano em relação a 2013. Os embarques de petróleo, diz ele, devem fazer diferença principalmente nas exportações para os Estados Unidos. Se o embarque de petróleo se mantiver num nível alto, avalia, a exportação aos americanos pode compensar em boa parte a queda aos argentinos até o fim do ano. De acordo com Rodrigo Branco, economista e pesquisador do Centro de Estudos de Estratégias de Desenvolvimento da Uerj, o petróleo aparece não só como decisivo para que os Estados Unidos compensem a retração do mercado argentino, como o diferencial para o comércio exterior brasileiro registrar superávit em 2014. Para ele, o aumento da produção da Petrobras explica os dados de julho. "A tendência é que o óleo bruto volte a brigar para ser o produto mais exportado pelo país, já que nos últimos anos ele caiu para terceiro, quarto", afirma. No acumulado de janeiro a julho, as vendas aos Estados Unidos cresceram 13,5% na comparação com igual período de 2013, na média diária. No mesmo critério, a exportação brasileira à Argentina recuou 22,1%.
Valor Econômico
04/08/2014

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