O
impulso da economia global está apenas começando a se recuperar, já que
a estagnação na zona do euro e a crescente fraqueza em algumas grandes
nações de mercados emergentes afetam a reativação liderada pelos Estados
Unidos, disse, nesta quinta-feira, a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico ou Econômico (OCDE). A organização cobrou do
Banco Central Europeu (BCE) o cumprimento da promessa de “fazer tudo o
que seja necessário” para reativar a economia da zona do euro e começar a
comprar bônus dos governos. Também nesta quinta-feira, o BCE realiza um
encontro para discutir sua política monetária. A OCDE, com sede em
Paris, atualizou seu panorama antes da reunião de cúpula do G-20 que
acontecerá na próxima semana na Austrália. A organização oferecerá um
quadro mais completo no dia 25 de novembro. De acordo com a estimativa
da OCDE, o crescimento global será de 3,3% este ano, de 3,7% em 2015 e
3,9% para 2016. “A economia global continua funcionando em uma marcha
lenta”, disse à Reuters a nova economista-chefe da OCDE, a americana
Catherine Mann, completando: “Inclusive, apesar de estarmos vendo um
aumento do crescimento global para 3,9% para o final de 2016, isso ainda
nos deixa próximo de meio ponto percentual abaixo de nossa experiência
histórica”. A OCDE antecipou que a economia americana veria uma
aceleração de sua expansão partindo de 2,2% este ano para 3,1% no
próximo diante de uma melhora do mercado de trabalho que daria um
impulso no gasto privado. A consolidação do crescimento americano
justifica um aumento gradual das taxas de juros do Federal Reserve (o BC
dos Estados Unidos) a partir de meados de 2015, afirmou a organização,
advertindo, porém, que a elevação poderia desencadear turbulências nos
mercados emergentes. A melhora do panorama americano contrasta
fortemente com a zona do Euro, para a qual a OCDE projetou uma expansão
de apenas 0,8% em 2014 antes de uma aceleração de 1,1% em 2015, apesar
de um menor ritmo de ajuste orçamentário em muitos países. Como a zona
do euro corre risco de um “período prolongado de estagnação”, a OCDE
pediu que o BCE lance uma iniciativa total de flexibilização
quantitativa ao estilo americano. Embora o presidente do BCE, Mario
Dragui, tenha prometido fazer todo o necessário para estabilizar a
economia do bloco, o banco ainda não comprou papéis dos países, como dez
o Fed, e como o Banco do Japão está fazendo. Entre as maiores economias
emergentes, a OCDE estimou que o crescimento do Brasil, a estimativa é
de crescimento de 0,3% este ano, avançando para 1,5% em 2015. Para a
China, a estimativa é de que o crescimento desaceleraria de 7,3% em 2014
para 7,1% no ano que vem, enquanto se reorganiza deixando de ser uma
economia dominada pelas exportações e passa a ter uma expansão mais
baseada nos serviços. Por sua vez, a economia da Rússia, golpeada pelas
sanções relacionadas ao conflito com a Ucrânia, cairia de avanço de 0,7%
para 0% em 2015.
O Globo
05/11/2014
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