quinta-feira, 6 de novembro de 2014

OCDE vê recuperação econômica gradual liderada pelos EUA, apesar da debilidade europeia


O impulso da economia global está apenas começando a se recuperar, já que a estagnação na zona do euro e a crescente fraqueza em algumas grandes nações de mercados emergentes afetam a reativação liderada pelos Estados Unidos, disse, nesta quinta-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ou Econômico (OCDE). A organização cobrou do Banco Central Europeu (BCE) o cumprimento da promessa de “fazer tudo o que seja necessário” para reativar a economia da zona do euro e começar a comprar bônus dos governos. Também nesta quinta-feira, o BCE realiza um encontro para discutir sua política monetária. A OCDE, com sede em Paris, atualizou seu panorama antes da reunião de cúpula do G-20 que acontecerá na próxima semana na Austrália. A organização oferecerá um quadro mais completo no dia 25 de novembro. De acordo com a estimativa da OCDE, o crescimento global será de 3,3% este ano, de 3,7% em 2015 e 3,9% para 2016. “A economia global continua funcionando em uma marcha lenta”, disse à Reuters a nova economista-chefe da OCDE, a americana Catherine Mann, completando: “Inclusive, apesar de estarmos vendo um aumento do crescimento global para 3,9% para o final de 2016, isso ainda nos deixa próximo de meio ponto percentual abaixo de nossa experiência histórica”. A OCDE antecipou que a economia americana veria uma aceleração de sua expansão partindo de 2,2% este ano para 3,1% no próximo diante de uma melhora do mercado de trabalho que daria um impulso no gasto privado. A consolidação do crescimento americano justifica um aumento gradual das taxas de juros do Federal Reserve (o BC dos Estados Unidos) a partir de meados de 2015, afirmou a organização, advertindo, porém, que a elevação poderia desencadear turbulências nos mercados emergentes. A melhora do panorama americano contrasta fortemente com a zona do Euro, para a qual a OCDE projetou uma expansão de apenas 0,8% em 2014 antes de uma aceleração de 1,1% em 2015, apesar de um menor ritmo de ajuste orçamentário em muitos países. Como a zona do euro corre risco de um “período prolongado de estagnação”, a OCDE pediu que o BCE lance uma iniciativa total de flexibilização quantitativa ao estilo americano. Embora o presidente do BCE, Mario Dragui, tenha prometido fazer todo o necessário para estabilizar a economia do bloco, o banco ainda não comprou papéis dos países, como dez o Fed, e como o Banco do Japão está fazendo. Entre as maiores economias emergentes, a OCDE estimou que o crescimento do Brasil, a estimativa é de crescimento de 0,3% este ano, avançando para 1,5% em 2015. Para a China, a estimativa é de que o crescimento desaceleraria de 7,3% em 2014 para 7,1% no ano que vem, enquanto se reorganiza deixando de ser uma economia dominada pelas exportações e passa a ter uma expansão mais baseada nos serviços. Por sua vez, a economia da Rússia, golpeada pelas sanções relacionadas ao conflito com a Ucrânia, cairia de avanço de 0,7% para 0% em 2015.
O Globo
05/11/2014

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