sexta-feira, 3 de julho de 2015

Para Gerdau, crise está dura e não poupa nem pipoqueiro

Conselheiro da presidente Dilma Rousseff no primeiro mandato, o empresário Jorge Gerdau, que comanda uma das maiores siderúrgicas do País, disse que a crise econômica"está dura" e não poupa nem"pipoqueiro". Gerdau se reuniu como presidente do Senado, Renan Calheiros, na quarta-feira, no gabinete do peemedebista, junto com representantes da Anfavea, da Fiat/Chrysler e parlamentares. Segundo participantes do encontro, o clima foi de "velório", com a previsão de um cenário "pouco animador" para os próximos meses. Na reunião, de acordo com os relatos, Gerdau disse que,por causa dacrise econômica, o setor já havia demitido 11 mil funcionários e a previsão era de mais 4 mil a 5 mil nos próximos meses. Na saída do encontro, Gerdau falou ao Estado sobre o impacto da crise. "Não tem quem não esteja afetado. O taxista está, o pipoqueiro está, as cadeias industriais estão sofrendo. Está duro", disse o empresário. No primeiro mandato de Dilma Rousseff, Gerdau comandou a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, que tinha o objetivo de aperfeiçoar a condução da máquina pública. "Para mim, o problema está na exportação. Tem que melhorar", disse Gerdau, que não tem tido contatos frequentes com a presidente. Mudanças. Uma das alternativas discutidas na reunião realizada no gabinete da presidência do Senado é a mudança no Reintegra. As alterações no programa, que "devolve" aos empresários uma parte do valor exportado, seriam realizadas por meio de emendas inseridas Medida Provisória 675, em discussão na Comissão Mista do Congresso. A MP foi encaminhada pelo Executivo no dia 22 de maio ao Congresso e faz parte do ajuste fiscal proposto pelo governo.O texto original trata de outro tema e prevê o aumento de 15% para 20% da alíquota da CSLL devida por instituições financeiras. Entre as emendas discutidas na reunião e que preveem mudanças no Reintegra, estão duas de autoria do senador Ricardo Ferraço. Uma delas retoma o porcentual de3% sobre a receita auferida com a exportação realizada pelas empresas. Redução. No último mês de fevereiro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a redução de 3% para 1% da alíquota do Reintegra. Segundo cálculos da Fazenda, a renúncia fiscal como benefício para os exportadores com a alíquota anterior, de 3%, seria de R$ 6 bilhões. Coma mudança, o montante cai para R$ 3,5 bilhões por ano. Como a alteração ocorreu com o ano em curso, a economia estimada para 2015 é de R$ 1,8 bilhão. "A redução dos porcentuais de maneira súbita e imediata desconsidera a realidade das empresas exportadoras que já haviam precificado suas exportações para embarque no futuro próximo, considerando a vigência do porcentual maior até então em vigor", afirma Ferraço em trecho da emenda. O texto proposto por ele mantém, entretanto, a prerrogativa do Poder Executivo em graduar o porcentual entre 0,1% a 3%.
Estado de S. Paulo
03/07/2015

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