A opção pela expansão global pode ser o "momento da virada" deumempreendimento de pequeno porte. Segundo especialistas em desenvolvimento de negócios presentes no Sage Summit, a venda de produtos e serviços para clientes estrangeiros eleva o faturamento, sem depender das nuances do mercado interno, e ainda obriga a empresa a se profissionalizar, por conta de regras de conformidade do comércio internacional. A criação de novos acordos de livre-comércio entre as nações também surge como combustível para as exportações. O OrienteMédio e o Brasil, por conta da Olimpíada de 2016, são vistos como atraentes para investimentos. A Parceria TransPacífico, acordo delivre comércio entre 12 países,como EUA, Austrália e Japão, deve sair do papel ainda este ano. Juntas, as nações integrantes, que não incluem o Brasil e a China, respondem por 40% da economia global, com um PIB combinado de US$ 27,5 trilhões. Mas, sozinhos, os tratados internacionais não fazem nada pelos pequenos empresários, afirma Barbara Boldt, especializada em contratos globais. "Mercados como o Canadá e a Austrália têm particularidades únicas e não se fecham boas vendas lá apenas com boa vontade", diz. "É preciso conhecê-los de perto. Uma mercadoria não pode ser vendida, da mesma maneira, em todos os lugares." Barbara chama a atenção também dos empreendedores interessados em negociar com europeus. "A cultura europeia engloba comportamentos de consumo diferentes em cada país", explica a consultora, que morou 19 anos na Europa. "E um público conservador, que gosta de transparência e de saber exatamente o que está consumindo. Consumidores da Itália ou da Suíça, por exemplo,querem saber de onde vêm os alimentos que estão comprando e como foram produzidos." O consultor Timothy Ringgold, ex-CEO de uma empresa de segurança que expandiu atividades para o Iraque e o oeste da África, lembra que o Oriente Médio ainda é uma região difícil para fazer negócios, mas,aomesmo tempo, surge como um mercado de alto potencial para os exportadores. "Paísescomo o Iraque precisam de tudo. De bens de consumo a infraestrutura", diz. Segundo Desmond Ryan, especialista em comércio internacional que ajudou a fundaruma incubadora de empresas de US$ 50 milhões na Irlanda, empresas que miram especificamente o público de faixa etária mais baixa podem se dar bem no Oriente Médio. Sobre a recente abertura comercial de Cuba, Anthony Simmons, especialista em desenvolvimento de negócios na América Latina e Caribe, diz que novos negócios no país de Raul Castro deve se restringir, no início, às grandes organizações. "Grandes grupos podem lidar com o risco do insucesso. As pequenas empresas têm pouco capital de giro para manobras."
Valor Econômico
31/8/2015
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