O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse nesta segunda-feira (24) que o governo tem agido para reduzir a volatilidade no câmbio e que o Brasil 'está preparado' para enfrentar turbulências como a provocada nesta segunda nos mercados após novo tombo da bolsa cinesa. "O Brasil está preparado para enfrentar esse tipo de volatilidade. Temos um elevado estoque de reservas internacionais que dá ao Brasil segurança e capacidade para enfrentar essa flutuação cambial sem gerar um problema financeiro no país", disse Barbosa. "Temos uma agenda fiscal de curto, médio e longo prazo que garante a consistência da nossa politica fiscal e a estabilidade da divida pública a médio prazo. Esses dois pilares dão a sustentação da estabilidade", acrescentou. A bolsa de Xangai afundou mais de 8% nesta segunda, na maior queda diária desde o auge da crise financeira global em 2007, provocando uma nova derrubada nos mercados, em meio à forte aversão a risco global por temores com a desaceleração da economia chinesa. Às 11h58, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de São Paulo, caía 3,07%, a 44.316 pontos, voltando aos seus menores níveis de abril de 2009. Já o dólar era negociado a R$ 3,5413, nível mais alto em mais de 12 anos, em alta de 1,29% ante o real. O ministro do Planejamento lembrou que o Brasil adota a política de câmbio flutuante. "O câmbio flutuante faz com que a taxa de câmbio [cotação do dólar frente ao real] flutue às vezes excessivamente diante de notícias novas como nós tivemos hoje com esses eventos na China, com uma queda bem forte na bolsa chinesa", disse Barbosa. Segundo ele, as medidas de controle da inflação também visam a reduzir a volatilidade no câmbio. "Esperamos que esse aumento da inflação que ocorre neste ano seja temporário. Nós e o mercado esperamos que seja temporário", afirmou Barbosa. "Estamos trabalhando. Primeiro passo: reduzir a inflação; segundo passo: recuperar a capacidade do governo de produzir um resultado primário mais elevado em bases recorrentes. Essas são as âncoras da estabilidade", conclui.
G1
24/8/2015
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