A média diária das importações brasileiras em agosto foi de US$ 609 milhões – o menor patamar desde janeiro de 2010, quando o total por dia útil foi de US$ 574 milhões. Essa queda ajudou a balança comercial a atingir o melhor resultado para agosto desde 2012, segundo dados divulgados nesta terça-feira (1º) pelo MDIC. De acordo com o governo, a alta do dólar e a desaceleração da economia influenciaram no desempenho das compras de outros países. “O câmbio influencia também a produção nacional”, reconheceu o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Herlon Brandão. A balança comercial do mês de agosto registrou superávit de US$ 2,68 bilhões. Trata-se do melhor resultado para meses de agosto desde 2012, quando o superávit foi de US$ 3,2 bilhões. O resultado, porém, foi guiado mais uma vez pela queda maior nas importações que nas exportações. No mês passado, as importações somaram US$ 12,79 bilhões, com redução de 33,7% sobre o mesmo mês de 2014. Apresentaram diminuição as compras de combustíveis e lubrificantes (-64,9%), matérias-primas e intermediários (-32,8%), bens de consumo (-21,9%) e bens de capital (-21,5%). De acordo com o governo, as exportações, por sua vez, somaram US$ 15,48 bilhões em agosto, e, com isso, tiveram uma queda de 24,3% sobre o mesmo mês do ano passado. Nesta comparação, recuaram as vendas de produtos básicos (-25,3%), manufaturados (-24,8%) e de semimanufaturados (-15,3%). Segundo o MDIC, o aumento dos embarques de soja ajudou no resultado das exportações. O volume exportado de janeiro a agosto já é maior do que o registrado em qualquer ano fechado, com 45,8 milhões de toneladas. Em 2014, o Brasil vendeu 45,7 milhões de toneladas do grão a outros países. Pesaram também o crescimento de 6,9% nas exportações de produtos manufaturados para os Estados Unidos e a alta de 5,9% na venda de veículos, principalmente para o México e a Argentina. No acumulado do ano, o saldo positivo nas transações comerciais alcançou US$ 7,29 bilhões – melhor resultado para o período desde 2012, quando o saldo da balança comercial somou US$ 13,1 bilhões. Em janeiro e fevereiro de 2015, houve déficits da balança comercial de, respectivamente, US$ 3,17 bilhões e US$ 2,84 bilhões. Em março e abril, o saldo ficou positivo em US$ 458 milhões e US$ 491 milhões. Em maio, a balança comercial teve superávit de US$ 2,76 bilhões. Em junho, o saldo positivo somou US$ 4,52 bilhões e, em julho, US$ 2,37 bilhões. Em 2014, a balança comercial brasileira teve déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 3,93 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 1998, quando houve saldo negativo de US$ 6,62 bilhões. Também foi o primeiro déficit comercial desde o ano 2000, quando as compras do exterior ficaram US$ 731 milhões acima das exportações. De acordo com o governo, a piora do resultado comercial no ano passado aconteceu, principalmente, por conta da queda no preço das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como minério de ferro, petróleo e alimentos, por exemplo); pela crise econômica na Argentina – país que é um dos principais compradores de produtos brasileiros – e pelos gastos do Brasil com importação de combustíveis. A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é de melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 8 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior. Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 3 bilhões para 2015, com exportações em US$ 200 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 197 bilhões. O ministro do MDIC, Armando Monteiro Neto, declarou recentemente que os resultados parciais da balança comercial brasileira indicam que o saldo do ano de 2015 fechado pode ficar superavitário (exportações menos importações) em um valor entre 8 bilhões e US$ 10 bilhões, informou o governo.
02/09/2015
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