Acordo automotivo
entre Brasil e Argentina entra em vigor
Entra em vigor hoje (1°) o acordo automotivo firmado no início de junho
pelo Brasil e a Argentina. O entendimento vale até 30 de junho de 2015. A
previsão é que, no período, os dois países continuem em negociação, e, a partir
do meio do ano que vem, implementem novo regime bilateral, com ampliação do
comércio e da política industrial comum no setor de autopeças e a garantia da
segurança dos veículos. O acordo reativa o sistema flex, que prevê que o Brasil
poderá vender com isenção de impostos, no máximo US$ 1,5, para cada US$ 1
importado do país vizinho.
O protocolo assinado com os argentinos prevê ainda que os setores
produtivos dos dois países mantenham uma participação mínima nos respectivos
mercados de veículos, de 11% de automóveis argentinos no Brasil e 44,3% de
brasileiros na Argentina. Os compromissos foram assumidos pela Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores e o Sindicato Nacional da
Indústria de Componentes para Veículos Automotores, do lado do Brasil, e pela
Associação de Fábricas de Automotores, Associação de Fábricas Argentinas de
Componentes e Associação de Industriais Metalúrgicos da República Argentina, do
lado do país vizinho.
O secretário de Indústria argentino, Javier Lando, disse nessa
segunda-feira (30) que o acordo possibilitará que um maior número de veículos
argentinos seja comercializado no Brasil. O país adquire 90% do total de carros
exportado pela Argentina. “Ter o acordo para que haja maior participação dos
veículos no Brasil vai garantir uma reativação dos terminais para o mercado
externo”, declarou. Segundo ele, o protocolo com o Brasil e o Procreauto,
programa de empréstimos argentino, ajudarão a aumentar a produção nacional em
120 mil unidades.
O acordo começa a vigorar em um momento de vulnerabilidade econômica
para a Argentina. Depois da crise financeira de 2001, Buenos Aires conseguiu
chegar a acordo com 93% dos credores para reestruturar a sua dívida e está
pagando regularmente o que foi acertado. Os restantes 7%, no entanto, recusaram
o acordo e um juiz norte-americano, Thomas Griesa, decidiu que a Argentina tem
de pagar a fundos especulativos detentores de dívida não reestruturada,
conhecidos como fundos abutres. Eles reclamam 100% do valor nominal dos títulos
que têm.
Apesar de na última quinta-feira (26) a Argentina ter depositado US$ 1
bilhão destinado a pagar os credores que aceitaram negociar, Griese ordenou a
restituição da verba às autoridades do país enquanto ocorrem negociações sobre
as modalidades de pagamentos. Como os contratos de reestruturação de dívida dão
um prazo de carência de 30 dias para pagamento da parcela vencida nesta
segunda-feira, a Argentina tem um mês para evitar que seja declarado o calote.
01/07/2014
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